“Quando morrer, é possível que alguém, ao ler estes descosidos monólogos, leia o que sente sem o saber dizer, que essa coisa tão rara neste mundo - uma alma - se debruce com um pouco de piedade, um pouco de compreensão, em silêncio, sobre o que eu fui ou o que julguei ser. E realize o que eu não pude: conhecer-me”. Florbela Espanca
terça-feira, 1 de julho de 2008
"Alma Partida"
Ela estava partida entre seus desejos
Em seu olhar, eu senti o medo
Passos atraentes, ela escutou
Sua vida inteira, ela recordou
De seu diário rasgado ela resgatou
Formas eternas de um grande amor
Do vaso quebrado, que ela ganhou
A flor mais bela, agora murchou
Do quadro pintado, nada mais restou
Seu amor a vida, já se esgotou
Navalhas dilacerando os seus pulsos
Uma mistura de prazer e dor.
Sombra da morte venha a mim
Agora eu sei, que é o fim
Da janela do quarto, vejo a estrela mais linda
Me dizendo: não se vá!
O silêncio ouviu a minha solidão
Tudo que resta agora, é a razão
Razão de coisas que eu fiz
De uma alma, que nunca foi feliz
- No fundo do poço a escuridão
O anjo negro me crucificou
O Sofrimento eterno, agora restou.
(Carlos Valmor Decesaro - 1999)
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