quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O que eu odeio em você


Eu odeio todos os lábios que te beijaram antes de mim
Odeio todos os lençóis que tiveram o seu suor misturado com outros que não o meu
Odeio os sorrisos que outras te arrancaram
Odeio saber que você não foi somente meu a vida inteira
Odeio imaginar que você já amou alguém e que deveriam ter uma música só dos dois,
e mais um monte de outras coisinhas tolas de namorado
Odeio todas as mãos que se entrelaçaram às suas,
e todas as histórias de amor que você viveu das quais eu não era protagonista
Odeio todos os lugares que você frequentou com outras garotas,
e todos os perfumes que elas usavam
Eu sei que é besteira minha, que tudo é passado,
mas eu odeio mesmo assim.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

"Se quiser eu piro, e imagino ele de capa de gabardine, chapéu molhado, barba de dois dias, cigarro no canto da boca, bem noir. Mas isso é filme, ele não. Ele é de um jeito que ainda não sei, porque nem vi. Vai olhar direto para mim. Ele vai sentar na minha mesa, me olhar no olho, pegar na minha mão, encostar seu joelho quente na minha coxa fria e dizer: vem comigo. É por ele que eu venho aqui, boy, quase toda noite. Não por você, por outros como você. Pra ele, me guardo. Ria de mim, mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado comigo: um dia encontro."

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Quando te vi

"Daquela caverna sombria a qual observava tudo contra a luz
Via-te flutuar pelo salão principal, deslumbrante e belo.
Ignorando as luzes ofuscantes, via apenas seus olhos brilhando,
no escuro opaco, reluzente luas prateadas em noites de euforia
Seu sorriso derreteu satélites e coração gelado"

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Nascem jardins em minha face

Poderia falar de quando te vi pela primeira vez... sem jeito, de repente te vi assim, como se não fosse ver nunca mais e seria bom que eu não tivesse visto nunca mais, porque de repente vi outra vez e outra e outra, e enquanto eu te via nascia um jardim nas minhas faces. E eu que me resignei tanto, agora quase já não me importo de ser vulgar, não me importa o lugar-comum, dizer o que outros já disseram. Já não tenho mais nada a resguardar.

Adaptado de Caio Abreu.

sábado, 8 de agosto de 2009

Inteligência emocional


Um dos erros mais comuns quando se gosta de alguém é concentrarmo-nos demasiado nessa pessoa. Mas porque é que isso será um erro? Não será até desejável?

Tal como em tudo na vida, é necessário conta, peso e medida.
Quando nos concentramos demasiado numa pessoa descuramos aspectos importantes da nossa própria vida, pelo que a longo prazo deixamos de a viver.

Isso põe em perigo a própria relação por três razões:

1 – Sufocamos o outro.
Muitas pessoas são carentes e sufocam o outro com exigências em termos de amor, atenção e afeto. Isso é contraproducente porque se há coisas que não se podem sequer pedir (muito menos mendigar) é amor, atenção e afeto: acho que ninguém mentalmente são quer qualquer uma destas coisas se for obtida por coerção (por chorinho, chantagem emocional, etc…). Para terem valor estas coisas têm que ser cedidas naturalmente (sem esforço e com profundo prazer por parte de quem as oferece) e portanto, se não estamos satisfeitos com o montante de amor, atenção e afeto que recebemos, a única forma que temos de alterar essa situação é pela positiva, dando-nos (sem pensar em receber) e sendo dignos da relação ou contentando-nos com menos: se mesmo assim a coisa não resultar, então é porque a relação não tem pernas para andar ou porque queremos demais…
Aliás, quem é incapaz de entender isso e continua na sua senda de exigências a este nível, por muito amor que exista, acaba por provocar o fim da relação porque ninguém mentalmente equilibrado pode aceitar que a felicidade de alguém dependa inteiramente de si (é um fardo demasiado pesado) e, por outro lado, exigências constantes provam que a outra parte é fraca e a fraqueza é conhecida por ser uma poderosa inibidora do amor. Quem quer uma criança mimada e exigente como companheira?
Quantas mais exigências façamos mais destruimos o amor: amar é liberdade; desamor é opressão.
Mesmo sem exigências, temos que nos lembrar que a outra parte é um ser humano autônomo, com uma vida própria: deixemos pois suficiente espaço livre para que ela possa viver plenamente essa vida… para que quando venha ter connosco venha pelo prazer de estar conosco e não para cumprir uma "obrigação": acreditem-se que só assim vale a pena.
Tudo isto é também válido no que respeita à amizade.

2 – Tornâmo-nos desinteressantes
Mesmo que não sejamos carentes e portanto não façamos exigências em termos de amor, atenção e/ou afeto, se mesmo assim centrarmos demasiado a nossa vida na outra pessoa acabamos por ficar com uma vida vazia a muitos outros níveis. Ninguém pode colmatar todos os aspectos da nossa vida (embora a nossa "metade perdida" possa certamente colmatar muitos deles).
Como é que alguém poderá gostar de nós se a nossa vida for vazia e desinteressante? Como é que alguém poderá admirar alguém que não vive plenamente e não tenta tirar o melhor da vida e das suas potencialidades em cada ocasião? Como é que se pode amar sem se admirar intensamente a pessoa amada?
Temos o dever para connosco mesmos de viver o melhor que pudermos e soubermos.

3 – Acabamos por nos aborrecer
Se só vivemos em função da nossa “cara metade”, a longo prazo perdemos o entusiasmo, quer pelo vazio em que a nossa própria vida cai, quer porque a outra parte, por mais esforço que faça e mais interesse que tenha, nunca nos pode satisfazer todas as necessidades…
Temos que ser nós mesmos a encarregarmo-nos da nossa felicidade, não podemos depender exclusivamente de alguém, por muito digno que esse alguém seja. Todos nós temos o dever de ter vidas interessantes.
Repito que ninguém pode preencher por inteiro outra pessoa: a vida passa pelo amor entre duas pessoas especiais (e como passa) mas não se esgota de maneira nenhuma nesse amor. Acreditar que sim é destruir o próprio amor, por mais forte que ele seja.


Mas tudo isto leva-nos a outro problema bastante comum (o primeiro problema é pecar por excesso; o segundo é pecar por defeito): há muitas pessoas que põem a sua relação atrás de tudo na vida (ou pelo menos atrás de demasiadas coisas). Não nos iludamos: o verdadeiro amor (tal como a verdadeira amizade) tem que ocupar um lugar de grande destaque nas nossas vidas; não podemos de maneira nenhuma relegá-lo para um lugar secundário.
De fato, uma relação verdadeira de amor (ou amizade) entre duas pessoas especiais precisa de um grande e contínuo investimento, em termos de atenção, sentimento, companheirismo, interesse, diálogo, empatia, cumplicidade, sexo, atividades em comum, furar a rotina, desabafo, entreajuda, presença, preocupação, sedução, carinho, etc... Quando não há esse investimento ou esse investimento é insuficiente, o amor morre à sede…


Concluindo e resumindo, o amor não é tudo na vida mas é algo de extremamente importante.
Quem tem a sorte de o ter, se o quer manter, tem que encontrar o justo equilíbrio: deixar que o amor se torne a única coisa da nossa vida é pecar por excesso; deixar que o amor seja a última das nossas prioridades atrás de carreira, amigos, hobbies, etc. ou não tenha o seu lugar de grande destaque na nossa vida é pecar por defeito.
Qualquer uma destas posturas extremas são fatais para qualquer amor. A verdade reside no caminho do meio: in medio stat virtus.



quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Eu espero...


"Eu pensei que seríamos simples juntos
Eu pensei que estaríamos contentes juntos
Pensei que seríamos ilimitados juntos
Eu pensei que seríamos preciosos juntos

Eu pensei que seríamos sensuais juntos
Pensei que estaríamos evoluindo juntos
Eu pensei que teríamos crianças juntos
Eu pensei que seríamos uma família juntos

Eu pensei que seríamos geniais juntos
Eu pensei que estaríamos nos curando juntos
Eu pensei que estaríamos crescendo juntos
Pensei que seríamos aventureiros juntos

Pensei que estaríamos explorando juntos
Pensei que nos inspiraríamos juntos
Eu pensei que voaríamos juntos
Pensei que estaríamos em chamas juntos


Eu esperava, que nós pudéssemos dançar juntos
Eu esperava, que nós pudéssemos ser ingênuos juntos
Eu esperava, que pudéssemos ser inexperientes juntos"


Alanis Morisette

Deixo assim ficar subentendido...


"Fico quieto. Primeiro que paixão deve ser coisa discreta, calada, centrada. Se você começa a espalhar aos sete ventos, crau, dá errado. Isso porque ao contar a gente tem a tendência a, digamos, “embonitar” a coisa, e portanto distanciar-se dela, apaixonando-se mais pelo supor-se apaixonado do que pelo objeto da paixão propriamente dito. Sei que é complicado, mas contar falsifica, é isso que quero dizer"

[Caio]

Estando próximos...


'... porque é certo que as pessoas estão sempre crescendo e se modificando, mas estando próximas uma vai adequando o seu crescimento e a sua modificação ao crescimento e à modificação da outra; mas estando distantes, uma cresce e se modifica num sentido e outra noutro completamente diferente, distraídas que ficam da necessidade de continuarem as mesmas uma para a outra.'

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Fly!?


"... precisavas ter os pés na terra, porque se começasses a voar como eu todas as coisas estariam perdidas"

[Caio]

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Dizer "te amo" não é como dizer "bom dia"


"Se tu me amas, ama-me baixinho,
Não o grites por cima dos telhados..."

Andei pensando sobre essa premissa, e cheguei a mesma conclusão que sempre tive...
O verbo amor é grande demais pra ser desperdiçado. Não que nunca deva ser pronunciado, pelo contrário, mas quando o for tem de ser racionalizado o suficiente, sabe aquele amor que você tem plena consciência e responsabilidade!? Então é disso que estou falando!

Como disse o sábio Drummond:

“Não facilite com a palavra amor. / Não a jogue no espaço, bolha de sabão. / Não se inebrie com o seu engalanado som. / Não a empregue sem a razão acima de toda razão. / Não brinque, não experimente, não cometa a loucura / sem remissão / de espalhar aos quatro ventos do mundo essa palavra / que é toda sigilo e nudez, perfeição e exílio na Terra. / Não a pronuncie.”

Eu acho que se leva tempo pra amar uma pessoa. Em pouco tempo você pode gostar, adorar, querer muito bem alguém, mas amar não!

Eu me recuso a conceber a idéia de amor instantâneo, embora acredite no "amor a primeira vista", mas isso seria com a tal racionalidade a que me referi antes, ou seja, você reconhece de imediato, por uma série de fatores, que aquela pessoa será o grande amor da sua vida, mas de cara você não o ama, você irá o amar ao longo do tempo.

Não há só banalização do verbo "amor", como também do "gostar" e do "adorar"...
Essa mania que as pessoas tem de ficarem tagarelando frases prontas que já disseram um monte de vezes à um monte de pessoas não rola. Sinto muito, mas comigo não rola... Eu não gosto nem um pouco disso, porque, novamente me remete aos comparativos.

Penso que não há necessidade de ficar dizendo o que sente, o sentimento deve ser antes de tudo sentido, vivenciado, e certamente o outro perceberá.
Não há como você sentir - de verdade - sem que o outro não perceba. Sei lá, é como uma energia cósmica, uma vibração, uma reação química, que pode ser compreendida até de um outro lado de uma linha telefônica.

Sinceramente, quem diz "eu te amo" sem conhecer direito a pessoa, ou sem ao menos ter encontrado alguns vários motivos nela pra amar, realmente nunca conheceu o amor.

Porque o amor, antes de tudo é racional, você não crê que ama, tipo uma coisa cega, sem motivos, apenas por fé, não! você conhece a pessoa a tal ponto de amá-la.

Isso me remete à uma frase de um grande mestre da Psicologia, Jung, que um momento de Epifânia declarou:

"Não acredito em Deus, eu O conheço"

É pela experiência e vivência que se gosta de algo, às vezes não se leva muito tempo para perceber que a pessoa é especial, mais daí até se processar tudo o que isso representa e digerir e se chegar à uma conclusão, isso leva tempo...

Alex Supertramp tinha uma boa noção do que não se deve ser vulgarizado, ele tinha plena consciência da "seletividade", não que algumas pessoas não merecessem sua companhia, mas ele sabia escolher com quem compartilhar seus pensamentos/sentimentos, quase como na frase em que diz : "compartilhem a felicidade com as pessoas que você realmente ama"

Pra finalizar vou expor o pensamento de Boris Pasternak, que é bem parecido com o meu...

''Somente os solitários procuram a verdade e rompem com todos que não a amem suficientimente. Quantas coisas no mundo merecem lealdade?..."

Amor!? Só se for real!

Não repetir nenhum comportamento


Me perturba o fato das pessoas viverem do passado, não que ninguém possa guardar na memória lembranças, mas viver como se ele estivesse presente... A pessoa fica tão presa na porta que se fechou que não consegue ver a que está ali, bem na sua frente, aberta...

E sinceramente, eu pelo menos, me sinto tão original e tão diferente das demais pessoas, que odeio ser comparada, como se eu fosse repetir algum comportamento alheio, como se eu fosse previsível, como se eu fosse igual.

Ora bolas, se tem uma coisa que eu não sei ser é ser igual a qualquer outra pessoa, aliás eu sou diferente da maioria das pessoas que eu conheço, tá certo que vez ou outra eu me pego em situações comuns, mas sempre ajo com uma particularidade, nem que seja de propósito.

É como diz Fernando Pessoa:

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

Ou como diz Caio Abreu sobre as relações passadas... Que de tudo fique...

"Mas de tudo isso, me ficaram coisas tão boas. Uma lembrança boa de você, uma vontade de cuidar melhor de mim, de ser melhor para mim e para os outros. De não morrer, de não sufocar, de continuar sentindo encantamento por alguma outra pessoa que o futuro trará, porque sempre traz, e então não repetir nenhum comportamento. Ser novo."

"não repetir nenhum comportamento. Ser novo" Essa frase tem martelado na minha cabeça, porque, de coração é o que tenho feito, mas algumas pessoas não se dão conta da beleza que reside nisso e simplesmente se repetem, comparam, fazem tudo de novo, sempre igual, outra vez. Triste, porque assim perdem a singularidade da pessoa, ou seja, o melhor dela.