“Quando morrer, é possível que alguém, ao ler estes descosidos monólogos, leia o que sente sem o saber dizer, que essa coisa tão rara neste mundo - uma alma - se debruce com um pouco de piedade, um pouco de compreensão, em silêncio, sobre o que eu fui ou o que julguei ser. E realize o que eu não pude: conhecer-me”. Florbela Espanca
terça-feira, 1 de abril de 2008
Lado alado
"Êstes versos febris que hoje componho
Meus tesouros, e minha consolação
Aonde passam uivos de tufão
E há pedaços de céu claro e risonho.
Os versos doentes dêste coração
Que disseco, analiso e decomponho
Cheio do nervossismo dêste sonho
E cheios da pré-a-mar desta aflição.
Êstes versos . . . Um anjo moreno brando
Ele, não sei onde e nem quando
Dentro do peito há de lhes dar abrigo.
E sómente ele é que há de compreendê-los
E ler-los-a sempre ao meu lado, e ao lê-los
Há de sorrir, e há de chorar comigo. . ."
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