quarta-feira, 18 de abril de 2012

Recordação (Rascunho de 2009)



O primeiro olhar, o primeiro sorriso, o primeiro andar de mãos dadas, o primeiro beijo. É o último. É como ter certeza que tudo aquilo que sentiu nos últimos quinze minutos nunca mais se repetirá, mesmo que a canção se repita. Mesmo que você volte atrás. É o coração, é a respiração. São todas aquelas lendas sobre acordar e descobrir que dormiu por 25 anos e a partir deste momento, todas as coisas serão novas, serão como um bom dia, uma boa noite. É como chegar cansada e ouvir a voz da pessoa que você escolheu pra estar sempre ali dizendo “querida, como foi o seu dia?”. É o sorrir, se descobrindo uma boba apaixonada, é roer as unhas de ansiedade. É o sim, o não também. É o primeiro fim e o próximo começo de tudo. É a última palavra. É ser a primeira a voltar atrás. É desejar o calor do sol, mas não abrir mão do frio. É um cobertor, um cachecol, um guarda chuva. Me faz gostar, me faz querer tudo de novo. Outra vez.

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